sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

COSTA DA CAPARICA



A Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica é uma área protegida criada em 1984 através do Decreto-Lei 168/84 de 22 de Maio, abrangendo uma área total de 1570 hectares ao longo da arriba litoral Oeste da Península de Setúbal, estendendo-se pelo concelho de Almada e o de Sesimbra, na faixa litoral entre a Costa da Caparica (a Norte) e a Lagoa de Albufeira (a Sul), passando pelos Capuchos e a Fonte da Telha

A arriba litoral da Costa de Caparica é denominada arriba fóssil não por as camadas de idade miocénica que compõem a sua maior parte serem fossilíferas, mas por já não se encontrar em contacto directo com o oceano, não sofrendo erosão marinha.


As arribas activas (ou arribas vivas), pelo contrário, como as que podem ser observadas a Sul da Lagoa de Albufeira ou no litoral de Cascais, são as que se encontram sob influência directa da erosão marinha, apresentando o perfil anguloso e o recuo típico deste tipo de arribas.
Exemplo de arriba activa

Nos estratos geológicos de idade miocénica que constituem a Arriba fóssil podem encontrar-se vários exemplares de fósseis, sobretudo fósseis de organismos invertebrados marinhos, predominando os fósseis de bivalves, de gastrópodes e de equinodermes. Também podem ser encontrados fósseis de vertebrados, fundamentalmente fósseis de dentes de peixes miocénicos.



A àrea de Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, como o seu nome indica, é uma zona protegida, onde a captura de animais e a recolha de plantas e de fósseis é proibida, sob pena de aplicação de sanções.


Junto a esta área situam-se a Mata dos Medos e o Pinhal da Aroeira, povoados por pinheiro manso com Sabina-das-areias e Aroeira.


MATA DOS MEDOS
PINHAL DA AROEIRA

sábado, 12 de dezembro de 2009

LOURINHÃ






O Museu da Lourinhã estuda e expõe espécies de dinossauros desde 1984 e tornou-se conhecido pelos achados de ovos de carnívoro que receberam o nome de Lourinhanosaurus.

Dinossauro bebé com 70 milhões de anos

O museu alberga ainda vários esqueletos e pegadas de outros dinossauros herbívoros e carnívoros descobertos na Lourinhã e que têm sido alvo de estudos científicos por equipas locais e da Universidade Nova de Lisboa.

O primeiro Torvosaurus foi descoberto em 1972 no Colorado (Estados Unidos da América) e descrito por Peter Galton e James Jensen, em 1979, como o maior dinossauro carnívoro do Jurássico até então conhecido.

14 metros de comprimento

O espécime português, encontrado na Lourinhã, e que teria um comprimento de 14 metros, tinha um crânio que media cerca de metro e meio, dimensões que excedem ligeiramente as do norte-americano e, por isso, «é o maior do periodo Jurássico actualmente conhecido».

O achado foi encontrado a 27 de Julho de 2003 por uma criança de 10 anos que passeava com o pai e o entregou ao Museu da Lourinhã.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

FIGUEIRA DA FOZ

Nas falésias do Cabo Mondego - Figueira da Foz - são visíveis diversos elementos fósseis conservados: pegadas de dinossauros, amonites (cefalópodes fósseis de concha espiralada) e vegetais.

As amonites eram animais marinhos planctónicos, que ocupavam o nicho ecológico das actuais lulas. Tinham dimensões muito variáveis, desde alguns centímetros a 1 metro de diâmetro. O animal vivia dentro de uma concha espiralada de natureza carbonatada, semelhante à dos nautilus actuais.
As conchas de amonite são um tipo comum de fóssil em formações marinhas do Mesozóico. Em estratigrafia, as amonites são consideradas excelentes fósseis de idade.

O Cabo Mondego que tem tantos fósseis, ainda não foi classificado como património de interesse histórico !!!...
Aas mãos do homem e outros interesses (...) têm cada vez mais destruído o que encontram no seu caminho, para tirar pedra para fazer cimento...
Vai tudo à frente, sem que ninguém consiga parar essa destruição de falésias (as melhores da Peninsula Ibérica). E com elas vão as belezas naturais, os fósseis, as pegadas de dinossauro... e sabe-se lá o que vai deparecendo mais... porque está um imenso terreno na posse da empresa, para destruir e que está vedado ao público !....
E haveria muita coisa para descobrir ainda !...
Entretanto, com muitas dificuldades, a Câmara Municipal está a fazer todos os esforços para que toda aquela zona seja reclassificada para que ainda se consiga preservar o que não foi destruído.
O que as enormes máquinas já desventraram... já não volta !!!!!!!!!........
A dúvida mantém-se: quando será interrompida a destruição do património natural do Cabo Mondego ?????

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

LEIRIA



Fósseis da Guimarota:O retorno de um tesouro a Portugal

A antiga mina de lenhite da Guimarota (Leiria), aberta em níveis do Jurássico Superior (Kimeridgiano) com cerca de 150 milhões de anos, é hoje considerada um local de importância paleontológica ímpar a nível mundial. Naquela jazida foram encontrados, em excelente estado de conservação, numerosos fósseis de mamíferos primitivos de que, até então, muito poucos se tinham encontrado em bom estado. Juntamente com estes exemplares foi colhido um vasto conjunto de fósseis de outros organismos:plantas, microfósseis, moluscos, peixes, batráquios, répteis, entre os quais dinossauros, tartarugas, crocodilos, pterosauros e ainda aves, o que permitiu, também, a reconstituição do ambiente em que estes seres viviam.

Esta jazida começou a ser estudada sistematicamente a partir de 1960, pelo Prof. W. G. Kühne e seus alunos, da Universidade Livre de Berlim. Com o posterior fecho da mina, só foi possível retomar os trabalhos em 1972, financiados pelo Governo Alemão e que consistiram na reabertura da exploração mineira, agora com fins exclusivamente paleontológicos, a qual durou até 1982.

Nesta investigação participaram diversos cientistas alemães daquela Universidade, podendo citar-se, os nomes de S. Henkel, G. Krusat, F. F. Helmdach, B. Krebs, T. Martin, entre muitos outros. São mais de uma centena os artigos científicos publicados até hoje sobre esse material.

Os então Serviços Geológicos de Portugal sempre apoiaram os trabalhos da equipa alemã tendo com ela acordado que o material, após estudado, regressaria ao Museu Geológico.


AROUCA



Os fósseis de Canelas

A jazida paleontológica de Canelas (freguesia com 864 habitantes) vulgarmente conhecida como a "pedreira do Valério" , situada no percurso de Arouca a Alvarenga, é uma louseira onde ocorrem invertebrados fósseis de numerosas classes: trilobites*, graptólitos*, braquiópodes, bivalves, gastrópodes, cefalópodes, equinodermes, e icnofósseis.O local é especialmente conhecido pelas trilobites gigantes (até 70 cm) de idade ordovícica, várias das quais transitaram já para os melhores museus da Europa.Trilobite com olhos
Actualmente a pedreira (que é explorada pela família Valério há cerca de 100 anos) é alvo de um projecto que visa a preservação e a divulgação dos seus fósseis, nomeadamente através da criação do "Centro Interpretativo e Geológico de Canelas- Arouca" do qual fazem parte um museu no local, trilhos e painéis explicativos da geologia.

Vista geral da exploração de ardósia da empresa "Ardósias Valério & Figueiredo, Lda." em Canelas, onde ocorrem trilobites de grandes dimensões.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

VALONGO



Há muitos, muitos anos, 570 milhões, a região de Valongo encontrava-se coberta pelo mar. A história geológica desta região ter-se-á iniciado mais ou menos por esta altura. Os sedimentos que formam o Complexo Xisto-Grauváquico, constituído por xistos, grauvaques, quartzitos e conglomerados, começaram então a depositar-se no fundo do mar. Cerca de 70 milhões de anos depois, o mar recuou deixando a descoberto estas rochas, e pela mesma altura as movimentações tectónicas provocaram dobras e fracturas (Orogenia Caledónica). Há 490 milhões de anos, no Ordovícico, período do início de formação das Serras de Santa Justa e de Pias, o mar começou lentamente a avançar, e sendo relativamente baixa a sua profundidade, depositaram-se em cima do Complexo Xisto-Grauváquico sedimentos grosseiros como seixos e areias que viriam a originar conglomerados e quartzitos. Com o constante avançar do mar e consequente aumento de profundidade, os sedimentos foram se tornando mais finos dando, muito mais tarde, origem às famosas ardósias e outras rochas xistentas muito ricas em fósseis que se encontram em Valongo.

No Período Silúrico, cerca de 435-395 milhões de anos, num mar de muito maior profundidade, ter-se-ão depositado sedimentos argilosos com alguns níveis arenosos, que deram, posteriormente, origem a xistos negros e quartzitos. Datam do Devónico, há cerca de 375 milhões de anos, os últimos sedimentos depositados em ambiente marinho, sedimentos estes constituídos por arenitos e xistos. O Anticlinal de Valongo, uma extensa dobra, em cujo centro está o Vale do Rio Ferreira, que quem passeando por um dos percursos desenhados pelo Parque Paleozóico de Valongo poderá observar, ter-se-á formado entre o Período Carbonífero e o Pérmico. Também do Período Carbonífero, aliás como o próprio nome o diz, é Bacia Carbonífera do Douro que se formou há cerca de 290 milhões de anos. Esta região é de particular importância económica devido à exploração das minas de carvão.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Tafonomia


A Tafonomia do grego tafós (sepultamento) + nómos (lei) é a disciplina paleontológica que se ocupa do estudo dos processos de transferência dos restos e dos vestígios biológicos (ou melhor, da informação biológica) da Biosfera do passado para a Litosfera do presente. Ou seja, a Tafonomia estuda os processos de formação dos fósseis, desde o momento em que um dado resto ou vestígio biológico é produzido até que o encontramos, fossilizado, no registo fóssil.