terça-feira, 24 de novembro de 2009

VALONGO



Há muitos, muitos anos, 570 milhões, a região de Valongo encontrava-se coberta pelo mar. A história geológica desta região ter-se-á iniciado mais ou menos por esta altura. Os sedimentos que formam o Complexo Xisto-Grauváquico, constituído por xistos, grauvaques, quartzitos e conglomerados, começaram então a depositar-se no fundo do mar. Cerca de 70 milhões de anos depois, o mar recuou deixando a descoberto estas rochas, e pela mesma altura as movimentações tectónicas provocaram dobras e fracturas (Orogenia Caledónica). Há 490 milhões de anos, no Ordovícico, período do início de formação das Serras de Santa Justa e de Pias, o mar começou lentamente a avançar, e sendo relativamente baixa a sua profundidade, depositaram-se em cima do Complexo Xisto-Grauváquico sedimentos grosseiros como seixos e areias que viriam a originar conglomerados e quartzitos. Com o constante avançar do mar e consequente aumento de profundidade, os sedimentos foram se tornando mais finos dando, muito mais tarde, origem às famosas ardósias e outras rochas xistentas muito ricas em fósseis que se encontram em Valongo.

No Período Silúrico, cerca de 435-395 milhões de anos, num mar de muito maior profundidade, ter-se-ão depositado sedimentos argilosos com alguns níveis arenosos, que deram, posteriormente, origem a xistos negros e quartzitos. Datam do Devónico, há cerca de 375 milhões de anos, os últimos sedimentos depositados em ambiente marinho, sedimentos estes constituídos por arenitos e xistos. O Anticlinal de Valongo, uma extensa dobra, em cujo centro está o Vale do Rio Ferreira, que quem passeando por um dos percursos desenhados pelo Parque Paleozóico de Valongo poderá observar, ter-se-á formado entre o Período Carbonífero e o Pérmico. Também do Período Carbonífero, aliás como o próprio nome o diz, é Bacia Carbonífera do Douro que se formou há cerca de 290 milhões de anos. Esta região é de particular importância económica devido à exploração das minas de carvão.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Tafonomia


A Tafonomia do grego tafós (sepultamento) + nómos (lei) é a disciplina paleontológica que se ocupa do estudo dos processos de transferência dos restos e dos vestígios biológicos (ou melhor, da informação biológica) da Biosfera do passado para a Litosfera do presente. Ou seja, a Tafonomia estuda os processos de formação dos fósseis, desde o momento em que um dado resto ou vestígio biológico é produzido até que o encontramos, fossilizado, no registo fóssil.

Fóssil vivo



"Fóssil vivo" é um termo informal, frequentemente utilizado em textos não científicos (de divulgação) e em manuais escolares, para designar organismos pertencentes a grupos biológicos actuais que são os únicos representantes de grupos que foram bem mais abundantes e diversificados no passado geológico da Terra. Por essa mesma razão, os organismos apelidados de "fósseis vivos" apresentam, frequentemente, aspectos morfológicos muito similares aos dos seus parentes mais antigos preservados sob a forma de fósseis no registo geológico.
Os "fósseis vivos" não são "espécies" que não evoluiram, não são organismos "parados no tempo". São organismos distintos dos do passado, pertencendo a espécies distintas das representadas no registo fóssil, mas com as quais são directamente aparentados e, portanto, morfologicamente muito similares.
Um exemplo típico de "fóssil vivo" são os peixes da espécie actual Latimeria chalumnae. Até à descoberta destes peixes nos mares do Oceano Índico, em 1938, os
Coelacanthiformes(grupo biológico a que Latimeria chalumnae pertence) só eram conhecidos do registo fóssil.
Outro exemplo famoso é o das árvores da espécie
Ginkgo biloba que não têm parentes próximos entre as plantas da actualidade, mas que pertencem a um grupo biológico (as Ginkgoales) que foi muito abundante e diversificado desde o Pérmico ao Paleocénico.
Outros organismos frequentemente apelidados de "fósseis vivos" são, por exemplo, os organismos das espécies Ennucula superba,
Lingula anatina, um braquiópode inarticulado, o tuatara, o caranguejo-ferradura Limulus polyphemus e os organismos do género Nautilus.

Pseudofósseis


Os chamados "pseudofósseis" (do grego pseúdes, falso + fóssil) não são fósseis, não devem ser tratados como fósseis, nem incluídos em classificações paleontológicas ou em textos sobre fósseis. São designados "pseudofósseis" (ou seja, literalmente, "falsos fósseis") apenas por serem objectos geológicos que fazem lembrar estruturas orgânicas fossilizadas.
O exemplo mais típico de pseudofósseis são as dendrites, precipitações inorgânicas de minerais que fazem lembrar "fósseis" de plantas.

Moldes e traços de fósseis


Um molde de fóssil é formado por fluidos infiltrados que dissolvem os restos de um organismo, criando um buraco na rocha com a forma do organismo. Se esse buraco for preenchido com mais minerais, é chamado de molde fóssil. Se o enterro do organismo for rápido, são grandes as chances de que até mesmo as impressões de tecidos moles permaneçam. Traços fósseis são os restos de caminhos, enterros, pegadas, ovos, conchas, ninhos e fezes . Estes últimos, chamados coprólitos, podem fornecer uma idéia do comportamento alimentício do animal, tendo assim, grande importância.

Moldagem


Consiste no desaparecimento total das partes moles e duras do ser vivo, ficando nas rochas um molde das suas partes duras. O molde pode ser:
Molde externo - quando a parte exterior do ser vivo desaparece deixando a sua forma gravada nas rochas que o envolveram.
Molde interno - os sedimentos entram no interior da parte dura e quando esta desaparece fica o molde da parte interna.
Marcas

Mineralização


Este processo, também denominado de petrificação, consiste literalmente na substituição gradual dos restos orgânicos de um ser vivo por matéria mineral, rocha, ou na formação de um molde desses restos, mantendo com alguma perfeição as características do ser. Ocorre quando o organismo é coberto rapidamente por sedimento após a morte ou após o processo inicial de deterioração. O grau de deterioração ou decomposição do organismo quando recoberto, determina os detalhes do fóssil, alguns consistem apenas em restos esqueléticos ou dentes; outros fósseis contêm restos de pele, penas ou até tecidos moles. Uma vez coberto com camadas de sedimentos, as mesmas compactam-se lentamente até formarem rochas, depois, os compostos químicos podem ser lentamente trocados por outros compostos. Ex.: carbonato por sílica.

Mumificação ou conservação


A mumificação é o mais raro processo de fossilização. Pode ser:
Total - quando o ser vivo é envolvido por uma substância impermeável (por exemplo: resina, gelo) que impede a sua decomposição.
Parcial - quando as formações duras (carapaças, conchas, etc) de alguns organismos permanecem incluídas nas rochas por resistirem à decomposição.

Tipos de fósseis




Existem dois tipos básicos de fósseis: os somatofósseis e os icnofósseis.
Somatofóssil: Fóssil de restos somáticos (isto é, do corpo) de organismos do passado.
Por exemplo, fósseis de
dentes, de carapaças, de folhas, de conchas, de troncos, etc.
Icnofóssil: Fóssil de vestígios de actividade biológica de organismos do passado.
Por exemplo, fósseis de pegadas, de marcas de mordidas, de
ovos (da casca dos ovos), de excrementos (os coprólitos), de túneis e de galerias de habitação, etc.
Os fósseis – somatofósseis e icnofósseis – podem ocorrer sob a forma de diversos produtos dos processos de fossilização que ocorrem após o enterramento dos restos esqueléticos ou dos vestígios de actividade orgânica. Os mais frequentes são as mineralizações (incluindo as permineralizações),
os moldes e as incarbonizações.

O que são fósseis?




Os fósseis são restos ou vestígios preservados de animais, plantas ou outros seres vivos em rochas, sedimentos, gelo ou âmbar. Preservam-se como moldes do corpo ou partes deste, rastros e pegadas. A totalidade dos fósseis e sua colocação nas formações rochosas e camadas sedimentares é conhecido como registro fóssil. A palavra "fóssil" deriva do termo latino fossile que significa "desenterrado". A ciência que estuda os fósseis é a Paleontologia.

domingo, 22 de novembro de 2009

ABRE OS OLHOS!!!